Motivado pelo teu desamor
eu desço a garganta do diabo.
No quarto vermelho,
abraço meu demônio azul
com respeito e afeto
antes do conflito.
Eu vim olhar nos olhos da dor
vim buscar as minhas razões,
encontrar o que perdi
ou o que nunca tive.
Eu estou tentando
desesperadamente
me manter de pé,
e, no fundo, sei que estou
completamente só.
Neste quarto escuro,
neste deserto,
nem meu nome eu sei.
Sou poeta de notas sujas,
não elejo musas
a quem dedico românticas elegias.
Minhas paixões são escusas.
Não entendo de alegria -
mas de dor, mentira e sombra.
A mais bela imagem que vejo
- à beira do desejo ! -
é a lágrima que verte pelo rosto
de uma linda mulher
ferida por quem ama -
A face do desgosto.
Ah, e eu gosto de beber pinga na mesa do bar.
Just like my daddy.
Este blog reúne textos do poeta Leandro Wirz, nascido no Rio de Janeiro em 1968.
Livros publicados: A aurora doeu (1987); O longo etc. (1989); Nós & voz (1993); Lâmina do adeus (2002); Livro dos dias (2005). Publicou também poemas em antologias (Ponte de Versos, Estações & Elementos, Banco de Talentos, Theatre of the Mind-Inglaterra); e em revistas e periódicos (Correio Braziliense, Poesia Viva, Panorama da Palavra, revista Vizoo, Caderno de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro).
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