Ele usa ternos escuros,
trabalha doze horas por dia
e lida com números.
Conhece charutos e vinhos,
também secos.
Tem a expressão severa
e não perde tempo com bobagens.
Casou-se com Madeleine
e tiveram três filhos,
todos já crescidos.
Há um ano, Madeleine o deixou
por alguém mais jovem
e menos cartesiano.
Aparentemente, ele ficou bem.
Mas esta noite, ao meu lado,
ele chorou ouvindo jazz.
Este blog reúne textos do poeta Leandro Wirz, nascido no Rio de Janeiro em 1968.
Livros publicados: A aurora doeu (1987); O longo etc. (1989); Nós & voz (1993); Lâmina do adeus (2002); Livro dos dias (2005). Publicou também poemas em antologias (Ponte de Versos, Estações & Elementos, Banco de Talentos, Theatre of the Mind-Inglaterra); e em revistas e periódicos (Correio Braziliense, Poesia Viva, Panorama da Palavra, revista Vizoo, Caderno de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro).
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