segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Curvas

O orvalho sobre a grama
anuncia a hora de florescer.
Ainda é de manhã,
mas nunca é tarde pra aprender
lição ou novo ofício.
Agora eu sei que preciso dar vazão
à corrente do rio.
Eu sou Dionísio,
sou Eros e sou Baco.
Sou barco em plena corredeira,
sou alma nua banhada em cachoeira,
rolimã descendo a ladeira.

Eu que sempre fui covarde
não tenho mais medo
de encarar dona desilusão,
escancaro o peito e corro pro abraço.
O meu mapa tem outro traço,
meu caminho eu mesmo faço.
Antes eu usava o pensamento
para não sentir dor,
agora danço sobre as dunas,
sobre as dúvidas,
e pavimento a estrada
sabendo fazer as curvas.

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