Foto: Leandro Wirz
Disputam assento sobre meus ombros
e já perdi a conta de quantos são.
Brinco com eles – ou talvez o inverso –
como se fossem meus soldados de chumbo
da infância feliz.
Meus demônios lúdicos
adoram se apaixonar e atirar-se em precipícios,
gostam de farras, de prazeres à meia-luz,
e de meias-verdades.
Gostam de velocidade, de jogos de sedução,
de usar as palavras afiadas como lâminas
e de cuspir nos outros sua arrogância.
São todos muito vaidosos e se mantém vermelhos
sob o sol, com tridentes a postos
para espetar, furar e esgarçar
sentimentos.
E inventam de escrever poemas
e evitar a poesia da vida.
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