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domingo, 3 de abril de 2011

Morcego

As mães são felizes.
Os medíocres também.
Com certeza, são felizes os ignorantes
que não enxergam outra opção.
Eu quero ao menos uma vez
provar o sabor da paz
ao invés da luz da razão.
Sou a imagem do fracasso
nesta sala quase sem móveis
onde me acompanha a solidão.
Sou (im)puro cansaço
intoxicado por tragos, goles
e amores da minha coleção.
Quase me rendo, me vendo barato,
faço corpo mole, perco o jogo
e não aprendo a lição.
Tanta coisa é mais importante
que o seu beijo ou o meu espelho,
mas eu só vejo na escuridão.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A obra elaborada

O pior cego é o surdo.
Sempre contra a lucidez geral
e insensível aos alertas.
A realidade deve adequar-se a sua estratégia
e as pessoas aos seus sonhos.
Desconhece a liberdade
e despreza o improviso.
Faz o seu movimento no tabuleiro
e não espera resposta:
tenta jogar pelo outro.
É um déspota!
Distorce os fatos, discorda
das vozes em bom som.
Recusa a dinâmica,
a inevitável instabilidade
de tudo que pulsa.
Mantém-se inflexível
e segue esmurrando as facas,
caprichando longamente
na construção do próprio fracasso.