Entre todas, só uma certeza:
O carnaval acabou em Veneza.
O carnaval acabou no Rio de Janeiro.
É preciso, para ser inteiro,
fragmentar-se, estar em pedaços,
partir pelo caminho passo a passo.
Então, corta-se a música e a rima.
O silêncio me conta tudo em segredo.
Pelos poros, transpiro a escuridão.
Elimino o que preciso, mas já não quero.
Não sei onde estou, mas não estou perdido.
Estou no início, amarrado, seguro.
Deixo o vício como quem troca, não a pele,
mas o espírito.
Visito o inferno e cumprimento
o demônio olho no olho.
Estou aqui!! Grito, mas não me deixo tocar.
Antes disso, firo com lâmina e verbos.
Eu sou eterno. Sou hoje um e outro amanhã.
Renovado. Forte. Pronto. Apto.
E agora, sereno,
em letras todas minúsculas
escrevo uma nova história em que todas
as palavras têm função e sentido.
Capítulo um, versículo primeiro.
Recito o cântico em que o anjo sou eu.
E as folias pagãs e a aleluia glorificam
o homem que segue adiante.
Eu renasço. Eu me transformo e me faço
à minha imagem e semelhança.
Sobe ou desce?
Há 10 anos
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