Por acaso, o relógio do blog acusava
postagem precisamente às 00h00,
numa vírgula do tempo,
um hiato entre o ontem e o hoje.
E de quem é este dia?
Quem é o senhor do tempo,
Ou, ao menos, deste tempo?
O tempo é o senhor da razão
como alegou o político do passado
ainda votado no presente?
Quem é que tem tempo?
Para a poesia, de certo que ninguém.
De quem é o tempo?
O tempo é mesmo seu?
Ou é ele que te leva?
E o que você faz?
E quem você é?
E que horas você vem me ver?
E até quando você vai ficar?
A gente achou que era para sempre
Mas o amor dura três anos.
Perguntas demais para o meio da noite.
Perguntas demais para a meia-noite.
Esquece, era só um texto curto,
bilhete perdido da insônia,
era só um recado
na vírgula do tempo
na curva do vento
dessa madrugada no cerrado.
Sobe ou desce?
Há 10 anos
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