terça-feira, 27 de abril de 2010

Cheiro de casa

Se me vir deslizando,
diga que deslizará comigo
até o mel da alma.
Abra seus braços
para que eu não repita
Ícaro ao sol.
Clareie em cores fortes
minha melancolia destilada,
meus dias, minhas noites,
minha solitude.
Ouça o que suspiro,
toque em tom maior meus sustenidos,
me conduza oitava acima.
Deite comigo no campo das flores,
deixe o beijo de seda do vento
e a luz das manhãs amenas
sobre sua pele morena.
Sorria para os lençóis brancos das nuvens
e recrie as fábulas que ouviu.
Encontro conforto em seu ombro
e tudo o que vivi
foi lavado pelo que já chorei.
Hoje, tenho brilho
e o que respiro
é o cheiro que, gentil,
você me oferece.

3 comentários:

Carol Nogueira disse...

Pra mim, parece pra mãe. Ou pra vó.

Leandro Wirz disse...

Então, Carol, eu me expressei mal...

Carol Nogueira disse...

Ou não... Amores sempre tem um pouco de mãe. Ou de vó. Freud explica. ;)