domingo, 25 de julho de 2010

(des)Perfeição

O sangue pinga
sobre o vidro
e escorre lento
como me sento
recostado à parede.
Como eu me sinto,
quem sabe?
Quem liga
o alarme,
o telefone?
Nem sequer uma carta
sob a porta.
Apenas letras mortas
as leis, as juras que fizemos,
as sepulturas que se visitam
uma vez por ano.

Passei tantos anos
tentando destruir a perfeição
que, enfim, consegui.
Entre flores eu sou tão pálido,
envelhecido, amarelado,
páginas de livro
sem final feliz.

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