Lavo a dor da vida
na pedra áspera da poesia.
Esfrego bem, com mãos firmes,
dispenso amaciantes e canduras.
Enxáguo esticando os braços
sob o véu da cachoeira
e deixo secar ao sol na margem do rio.
Visto sem passar a camisa branca
e a calça pouco mais desbotada
e me dou conta que não era
nos bolsos que eu guardava
o meu pesar.
Trabalho em vão.
Nem roupa, nem alma
sangram.
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