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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A volta do filho pródigo

O diabo me protegeu com seu abraço,
rugiu suave, morno e com alívio.
O bom filho à casa torna.
Eu tentei ser bom,
mas caí mais que três vezes.



Deus me deu a maldição do desejo
mais que a graça do talento.
Desisti de tentar ser quem não sou.
Você esperava demais de mim.
Eu também.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

não há

na minha vida redonda sem aresta
que roda feliz na faixa
não há porta, janela ou fresta
por onde ouvir o que você me diz em baixa
voz de vermelho veludo.
não há espaço para tanto,
não dá para ser essa festa
não há sequer um canto
livre onde caiba
pouco, muito ou tudo.



mas o desejo insiste bandido
com uma tapa na testa
que não dá
pra ignorar
e você me provoca
roça enquanto dança
e beija na boca.
e evoca o melhor
do pior que há em mim,
se houvesse algum mal.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Verborragia

Meu verso me trai,
me entrega de bandeja.
Meu verbo sai,
escapa pela soleira.
Meu livro se abre
e na página que cai
é declaração.

Eu declaro que não,
nego que sim –
tudo em vão.
Pra quem leu uma só frase
está claro:
desejo.