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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A visita

Recebi tua visita esta noite,
suntuosa e delicada
em um balé flutuante.
Nada será como antes –
eu já não sou.
Eu vou em círculos andantes,
o que quero talvez ainda seja o mesmo,
mas é outra a coreografia dos meus movimentos.


Recebi tua visita esta noite,
emocionante e distante,
como melodia celta.
O quer que seja, seja bela –
eu já não sou.
Talvez um mero errante,
passo por casas, templos, ruínas,
mas estou sempre pelas ruas.

Quantas luas tem o meu céu?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Visitação

Meu coração é tão somente
coleção. Biblioteca
onde repousam volumes cobertos
de poeira, ácaros e traças –
e onde vibram
versos, títulos, frases soltas
como notas de piano impaciente
ou guitarra crua.
Lá estão enterrados todos os amores
incapazes de morrer
e os ódios calorosos que não executei.
Lá reside você, guardada em altar com os pés
– apenas os dedos dos pés –
banhados pelos meus venenos.
Eu não sou puro.
Mas lhe oferto o melhor de mim.