quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Instante

Quantos instantes na vida
explodem em magia e sentido?
Quando os olhos do outro
são espelho sem distorção?
Quando a vida pode acabar
porque atingiu a plenitude
e nem o fim é capaz
de roubar-lhe a eternidade?

Eu quero ser contemporâneo
dos meus sentimentos
perpetuamente.
Sem reparos sobre o que já passou,
sem dívidas a resgatar no que virá
e este presente
mal vivido, incompetente.

Eu quero o que não tive,
intenso, melhor ou pior,
com a ousada coragem da entrega.
Sou ao mesmo tempo – sempre o tempo! –
o abismo, a cobaia e a experiência.