Hora do almoço.
O sol tenta se reimpor lento,
esgarça nuvens pesadas de dias de chuva.
Caminho sem pegadas por ruas centrais
e busco refúgio do alvoroço.
Na cave, flano por livros
e peço café expresso sem creme.
Sinto vontade de dizer à minha mulher, agora distante,
que quero um filho, que já é hora.
E então eu ganho um beijo de Sophia de Mello.
E neste trivial encontro com o belo
redescubro que faz todo sentido a poesia.
Eu a deixara antes, entre pedras, desprezada.
E ela volta como vento.
Como as marés do mar, como primavera ano após ano.
E eu – eu que não me deixe mais!
ps.: leiam Sophia de Mello Breyner Andresen, poeta portuguesa, nascida no Porto, em 1919.
Um comentário:
Oi Leandro,
gostei demais desse poema!
vou procurar a autora que você sugere.
bjos
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