sábado, 30 de julho de 2011

O vento da madrugada

O assovio me convidava a não dormir
às cinco horas da manhã, o vento varria o céu
e punha as árvores para dançar.
Fiquei na varanda na esperança
que ele me arrancasse a pele
e fizesse de mim lençol branco
pra encontrar teu corpo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Tchau

Pairar sobre céus arranhados
deliciosamente
sem pertencer a nada,
nem nuvem

Quero essa sensação de não-vida
café frio
sorvete derretido
e ninguém por perto.

Eu gosto de você
quase sempre
mas não preciso
e não insisto

em existir.
Existo, acaso,
vou livre
e não vôo raso.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Perguntas

tudo bem
tudo bom
tudo beleza
jóia, bacana,
legal.

nada de novo
sem novidades
na mesma.

eu vou indo.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O melhor silêncio

As melhores palavras
não nos tornam certos.
Devemos procurar o melhor silêncio.
Que não silencia. Mas cala.
Sou todo ouvidos.
E porque meus olhos estiveram
mergulhados em tuas cores,
agora os fecho.
Seguro entre a língua e os dentes
o verbo que não precisa de som
e prendo as mãos que antes
falavam aflitas pelos cotovelos.
Agora sou apenas noite agradável
convidando você para sair
de onde está e vir morar comigo.

domingo, 3 de julho de 2011

De você

Poética, eu diria.
Para ficar no enigma e no mínimo.
Porque menos é mais
E porque o mistério está para as mulheres
Como a imprevisibilidade para os homens.