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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Até que esta dor

Não me dêem morfina
nem chocolate
nem crédito sem limite.
Nenhum medicamento
anestesia ou ilusão..
Não quero nem o abrigo
de um bom livro
ou a música que chama pra dançar.
Nem mesmo um afago,
um abraço solidário,
nenhuma palavra de conforto.
Me dê o silêncio.
A solidão.
Vou ficar exatamente aqui
até esta dor
virar menta.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A minha verdade

Estamos todos soltos no labirinto do Minotauro.
Soltos não.
Despejados aqui para a cruel diversão de deus ou do destino,
ratos em seu laboratório.
A cada paixão, tenho a miragem de uma janela,
ilusão de esperança e liberdade.
É apenas a hora de sol,
o passeio no pátio do cárcere.
Devo me amarrar à árvore no deserto
e, em silêncio, jejuar por luas,
até que brote a nascente da rocha.
A minha verdade.
Eu não sei fazer silêncio.
Calar o pensamento e soltar a voz
da intuição.
Eu venho tentando sentir o gozo
e a dor no corpo.
Mas é preciso navalhar abaixo da pele.
É preciso o rasgo.
A liberdade.
O que seja sentimento sempre renovado
e não o vício da emoção
repetida em doses mais fortes
em intervalos mais curtos.
Tudo que eu dei até hoje foi a minha vida.
Em vão.
Eu não vivi.
E jamais amei.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Quando tudo tinha acabado


Ela não sabia o que dizer
e entrecortou o silêncio –
sua aflição, meu conforto - 
com as lâminas das palavras
de amor.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O melhor silêncio

As melhores palavras
não nos tornam certos.
Devemos procurar o melhor silêncio.
Que não silencia. Mas cala.
Sou todo ouvidos.
E porque meus olhos estiveram
mergulhados em tuas cores,
agora os fecho.
Seguro entre a língua e os dentes
o verbo que não precisa de som
e prendo as mãos que antes
falavam aflitas pelos cotovelos.
Agora sou apenas noite agradável
convidando você para sair
de onde está e vir morar comigo.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Presença

Acreditei em mãos entrelaçadas.
Eu estava errado.
Mãos espalmadas são o amor.
Separadas, postas
lado a lado, de onde tudo
parte em entrega
sem esperar retorno.
E onde, sem esperas,
o que chega é bem-vindo.
Estar inteiro sempre,
sem precisar de nada.
Apenas querendo.
Sabe amar quem vive bem
sem amor.
Aqui estão minhas mãos,
aqui estão meus olhos,
meus gestos e eu.
Amor é silêncio.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Bem aí

Eu sei que você está aí esta noite.
Sei que você vem todas as noites.
Gosto de ter você do outro lado de mim.

Mas por que você não vem de dia
e abre a porta?
Porque aí seria o fim.

Deixa entre nós o muro do poema.
O desejo morto como pássaro na mão.
Teu silêncio sempre diz que é melhor assim.

sábado, 4 de abril de 2009

O amor pulsa na quietude

E de nada mais servem palavras
incapazes de aprisionar o seu cheiro,
de fixar o sorriso entre os lábios
e a cor do seu olhar.
Finalmente, me dou conta da inutilidade
de tudo que não é silêncio.
O amor pulsa na quietude
de simplesmente ser.
Dispensa legendas, discursos
e todos os livros na estante.
Cala-me.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Presença

Acreditei em mãos entrelaçadas.
Eu estava errado.
Mãos espalmadas são o amor.
As quatro, separadas, postas lado a lado,
de onde tudo parte em entrega
sem esperar retorno.
E onde, sem esperas, o que chega é bem-vindo.
Estar inteiro sempre, sem precisar de nada.
Apenas querendo.
Sabe amar quem vive bem sem amor.
Aqui estão minhas mãos,
aqui estão meus olhos,
meus gestos e eu.
Amor é silêncio.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O silêncio do lago

O silêncio dos lábios
se quebra com os verbos dos olhos,
estes lagos que guardam
segredos e desejos mais profundos
do que posso desvendar.

Molho o corpo, firmo no raso
para então ir ao fundo,
fascinado por cada revelação
e por todo o mistério
das tuas águas.

sábado, 18 de outubro de 2008

O silêncio do lago

O silêncio dos lábios
se quebra com os verbos dos olhos,
estes lagos que guardam
segredos e desejos mais profundos
do que posso desvendar.
Molho o corpo, firmo no raso
e vou ao fundo
fascinado por cada revelação
e por todo o mistério
das tuas águas.