sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

My way



Almoçarei sozinho aos domingos:
filé ao ponto para bem, com guarnição à francesa
e duas cervejas
no restaurante de sempre,
onde os garçons já me conhecem pelo nome.
Voltarei a pé para casa
e assistirei sem muito entusiasmo
ao jogo do Flamengo na TV.
Ou a algum filme no cinema perto,
se estiver disposto.
Mais tarde, lerei um pouco, navegarei
pela vida alheia nas redes sociais
e deitarei, depois de ouvir “My way”,
sem que o telefone tenha tocado sequer uma vez,
sem ter trocado palavra com ninguém
que não sejam os porteiros, os vendedores e os garçons.
E serão só eles que, em um domingo qualquer,
notarão que eu não fui mais.

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