sábado, 14 de janeiro de 2012

O dom da dor




Nem que eu deite a cabeça em seu colo
Nem que eu chore no seu ombro
Nem que você me dê seu sorriso mais lindo
Nem que você me abrace até estalar a coluna
Nem que você diga o quanto me ama
Nada pode diminuir esta solidão.


Nem que a casa esteja cheia de gente
Nem que a música esteja no máximo
Nem que a festa vá até de manhã
Nem que você me devore com a vontade
dos desejos urgentes
Nada pode diminuir esta solidão.


Nem o vento minuano refresca
o abafado desta noite avessa.
Hoje, a noite é não.
Completamente.
Sou o leão. Sou a jaula.
O domador. A dor.

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