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terça-feira, 4 de agosto de 2009

A verdade

Estou em paz.
Conformado em nunca ter paz.
Assumo meus vícios -
que alívio!
Aceito, alforriado, o que sou,
não desfilo mais com mantos de virtudes.
Minha consciência dorme tranquila
ao lado da culpa. São amantes
em um relacionamento saudável.
Dispenso igrejas que vendam conforto,
estou acostumado à estrada errada,
não existem duas opções.
Ao menos, não mais.
Sou mesmo filho de Caim,
impuro e lindo.
Livre no espelho.

domingo, 1 de março de 2009

(Des)Perfeição

O sangue pinga
sobre o vidro
e escorre lento
como me sento
recostado à parede.
Como eu me sinto,
quem sabe?
Quem liga
o alarme,
o telefone?
Nem sequer uma carta
sob a porta.
Apenas letras mortas
as leis, as juras que fizemos,
as sepulturas que se visitam
uma vez por ano.
Passei tantos anos
tentando destruir a perfeição
que, enfim, consegui.
Entre flores e crânios cor de rosa
eu sou tão pálido,
envelhecido, amarelado,
páginas de livro
que escrevi sem consciência.