Mostrando postagens com marcador língua. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador língua. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Corpo da terra

Hesito

entre o corpo da terra
e a língua do vento,
ainda não me entreguei
mas estou propenso
a fazê-lo.
Quero lamber o pêlo
banhar de leite o rosto
e o cabelo
para que a alma ganhe cor.
Nem dor eu tenho,
sou templo suspenso,
onde solidão é paz
e saudade não é mais.

 
Excito

com a chama da vela
e com a cama ao relento,
eu já tentei
mas não há consenso
entre meus deuses.
Quero vencer os medos,
lavar os becos,
revelar os segredos
para que a vida ganhe cor.
Ardor eu não tenho,
sou nascedouro sereno
de rio de pedras
no peito que se fecha.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Sinceramente

Você sempre disse
“eu te amo”
com responsabilidade?
Confesso que não.

E ainda hoje, ao te ver,
as palavras se penduram
na ponta da minha língua,
sinceras e inconsequentes,
antes do beijo.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

De repente

Piet Mondrian, Composition with Yellow, Blue, and Red, 1921, óleo sobre tela





Quero te dar um beijo de língua
de serpente

E fazer um Mondrian
com minha gilete em tua pele.