Apaga a luz, abaixa o som,
eu quero mandar o mundo morrer,
que de vez em quando é bom.
Deixar correr
o rio, a lágrima, o sangue, o gozo.
Eu quero ficar parado no vento -
helicóptero, beija-flor -
contemplar meio distraído
o vôo e o pouso, solitário e livre.
Pendura a alma no cabide,
o corpo deixa no sofá.
Hoje eu não quero ser tigre
na selva de concreto,
eu não quero ver de perto,
nem provar que estou certo.
Quero ficar suspenso
no hiato atemporal do êxtase
e esquecer que carrego
mil momos nos ombros.
Sobe ou desce?
Há 10 anos