sexta-feira, 24 de abril de 2009

A velha rua

Desço a rua velha conhecida,
sei onde vai ela vai dar
como todo rio corre pro mar.
Eu posso mudar, eu posso, eu juro,
eu posso me regenerar,
mas eu aqui estou com meus vícios,
meus humores e contradições,
e nem mesmo eu acredito mais em mim.

Desço a velha rua com o mesmo charme,
com o cinismo de sempre
e os desejos de hoje.
Você me olha, pensa me querer,
mas não caia na besteira de me escolher:
eu sou o caminho errado,
a via torta, o lado selvagem,
o pé no abismo, o salto no vazio.

Desço a velha rua conhecida até o prazer.
Sei onde ele está,
como coisa que nunca muda de lugar.
Sei o preço e você não vai querer pagar,
custo caro e não valho nem um terço disso.
Ouça o aviso: quando cruzar comigo,
troque de calçada e dobre na primeira esquina.
Não olhe para trás.

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