Protegido pela película dos vidros
e pelas indevassáveis cortinas
me esparramo no tapete da sala,
ar condicionado no máximo.
Não há no mundo força capaz
de romper a resistência das teias
que detém qualquer movimento
dos meus músculos.
O que resta de meus alvéolos
busca preguiçosamente esse ar viciado.
Pernas pedalam na orla
camomilas douram cabelos
e sumários biquínis
sensualmente impedem
que o sol complete o seu trabalho.
O mar tempera com sal as formas
arredondadas e rijas
que convidam a matar.
O sedentário corpo
se rende à imaginação.
Não me arrisco a por os pés fora de casa
e o convite feito aos sentidos era R.S.V.P.
Meu corpo permanece estático
enquanto apenas os pensamentos gozam.
A loucura vence por W.O.
Sobe ou desce?
Há 10 anos
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