Eu tenho um punhado
das tuas horas
entre tantas de solidão
que um desavisado diria
serem sobras
da tua rotina.
Apanhado de letras
espalhadas por páginas,
e acordes entre cordas.
Tenho mancheias
de fotos guardadas
entre tantas imagens
e algumas frases registradas
entre tantas palavras.
Eu tenho um bocado
de momentos espaçados
entre tantos fatos.
E a eles me apego
como a velas na escuridão.
E a eles afago
para mimá-los na memória.
Não posso me queixar
que tenho apanhado:
venho colhendo flores
entre pedras.
Sobe ou desce?
Há 10 anos
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