sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Enquadramentos



Desenho formas doidas
e as fecho num quadrado
tenho idéias loucas
que guardo na cabeça
choro lágrimas sentidas
que prendo num soluço
crio frases soltas
que calo na boca.
Tenho risos escandalosos
contidos num sorriso,
explosões de raiva
trincada entre os dentes.
Rabisco poemas
em cadernos que perco.
Tenho grandes amores
guardados no peito
e amantes quentes
trancadas no armário.
Faço viagens inteiras
entre quatro paredes,
invento mundos todos
que trancafio no quarto,
vivo momentos felizes
limitados aos sonhos
e contemplo horizontes imensos
apenas pela janela.
Procuro portas para sair
mas só subo pelas paredes
e não as acho.
Não as acho.

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