sábado, 20 de setembro de 2008

Pós-moderno

Meu corpo é o templo;
minha incoerência, a religião;
Deus mora em mim,
mas não existe.
Exibo-me, logo
existo
na televisão.

Não há credo, causa ou pátria
que me façam levantar.
Eu não ligo pra você
é a resposta
para o que não lhe ouvi perguntar.
Estou muito ocupado agora
ornamentando meu umbigo.
Faço por mim e não para você
e não quero nada diferente.
Sem dramas ou culpas,
permaneço dignamente impassível.

Quando o tempo atingir com o passado
o meu templo,
pularei do alto do meu ego
numa piscina rasa de espelhos.
Não entrarei numa história
maior que trinta segundos.

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