Estamos todos soltos no labirinto do Minotauro.
Soltos não.
Despejados aqui para a cruel diversão de deus ou do destino,
ratos em seu laboratório.
A cada paixão, tenho a miragem de uma janela,
ilusão de esperança e liberdade.
É apenas a hora de sol,
o passeio no pátio do cárcere.
Devo me amarrar à árvore no deserto
e, em silêncio, jejuar por luas,
até que brote a nascente da rocha.
A minha verdade.
Eu não sei fazer silêncio.
Calar o pensamento e soltar a voz
da intuição.
Eu venho tentando sentir o gozo
e a dor no corpo.
Mas é preciso navalhar abaixo da pele.
É preciso o rasgo.
A liberdade.
O que seja sentimento sempre renovado
e não o vício da emoção
repetida em doses mais fortes
em intervalos mais curtos.
Tudo que eu dei até hoje foi a minha vida.
Em vão.
Eu não vivi.
E jamais amei.
Sobe ou desce?
Há 10 anos