Caminho e não falo com ninguém o dia todo,
enormemente fascinado pelo silêncio e pela solidão,
longe da ruidosa prostituição e da carnificina
do cinema.
Defino-me como um espectro quase lendário vagando pela costa leste.
Esta ilha é o começo e o fim e, de fato, o tudo.
Nunca exílio, mas fonte de inspiração vital.
Sinto falta da última mulher que amei
e estou muito próximo dela.
Nossa história foi infinitamente estimulante
mesmo depois da sua partida.
Não acredito em reencontros noutra vida.
Ela foi minha verdadeira coluna vertebral.
Mais que as torturas do desejo
esta solitude encerra
os sorrisos de uma noite de amor.
para Ingmar Bergman, 86 anos em 15.07.2004